segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

As pirâmides do Egito


As célebres pirâmides do Egito estão entre as construções mais famosas da história da humanidade e fazem parte das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.

Apesar de existirem dezenas e dezenas de pirâmides no território egípcio, as mais famosas são três grandes construções que ficam em Gizé: as  pirâmides de Quéops, Quefrem e Miquerinos. A Pirâmide de Quéops é a maior de todas e tem mais de 100 metros de altura.

Essas grandes estruturas, que desafiam o tempo, foram construídas com grandes blocos de pedra, há mais de 4 mil anos, quando o Antigo Egito era um império poderoso, comandados pelos faraós.

Para entender as pirâmides, é preciso entender a religião dos antigos egípcios. A religiosidade desse povo era baseada na crença da vida após a morte. Eles acreditavam que era preciso se preparar bem para a vida no além, e quanto melhor a preparação, melhor seria a sua vida.

As pirâmidades eram túmulos construídos pelos faraós para eles mesmos. Ao construir um grande túmulo para sepultar seu próprio corpo (que era mumificado para conservá-lo para a outra vida), o faraó tentava se tornar imortal e dar uma ideia do seu grande poder e riqueza. Assim, nas pirâmides eram depositados a múmia do faraó e os tesouros que ele quisesse levar para a vida após a morte.

Para arrastar e posicionar os pesados blocos de pedra utilizados na construção das pirâmides, eram usados trabalhadores escravos e também camponeses egípcios, que ficavam ociosos nos períodos em que a enchente anual do Rio Nilo deixava os campos inundados.

RESUMO:

> Construídas há cerca de 4 mil anos, as pirâmides do Egito fazem parte das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.
> Cada pirâmide era um túmulo para um faraó, onde era sepultada a sua múmia.
> Essas pirâmides eram feitas com grandes blocos de pedra, com mão-de-obra escrava ou com o trabalho de camponeses egípcios.
> As maiores e mais famosas pirâmides egípcias são as de Quéops, Quefrem e Miquerinos.

Leia também:

> Os deuses do Antigo Egito



terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Índios e portugueses: de que forma esses povos se relacionaram no Brasil



Desde a chegada dos primeiros colonos portugueses ao Brasil, a partir da chegada da expedição de Cabral em 1500, os conquistadores europeus passaram a conviver com os povos indígenas que aqui viviam.

Essa relação às vezes foram amistosas, mas na maior parte do tempo foram desastrosas para os índios.

Confira as principais formas de contato entre os conquistadores e o conquistados ao longo do tempo:


  •  Comércio: Houve trocas entre portugueses e índios, em que os portugueses davam aos nativos quinquilharias como espelhos, chocalhos, coisas de metal, em troca de animais, produtos da terra ou do trabalho dos índios, a princípio para carregar pau-brasil.  
  • Escravização: Principalmente antes da introdução massiva de escravos africanos, os portugueses escravizaram índios para trabalhar nas diversas atividades da colônia (extração e transporte de pau-brasil, mineração, agricultura.
  • Guerra: Havia milhões de índios vivendo no Brasil quando Cabral aqui chegou - uma população bem maior que a de Portugal. Como os portugueses tinham armas mais modernas (canhões, espadas de metal e mosquetes), eram muito superiores no campo de batalha e mataram muitos índios. Além disso, os colonizadores exploravam a rivalidade entre os diferentes povos indígenas, aliando-se a alguns enquanto enfrentava outros. 
  • Transmissão de doenças: Muitos índios acabaram sendo mortos por doenças contraídas dos invasores europeus, contra as quais seus organismos não possuíam defesas. Doenças que para os portugueses eram comuns e quase inofensivas causavam grande mortandade entre os nativos. As principais ameças à saúde dos índios eram varíola, gripe, sarampo e doenças sexualmente transmissíveis. 
  • Catequização: Como não havia separação entre a Monarquia portuguesa e a Igreja Católica, uma das dimensões da colonização era converter povos nativos ao cristianismo. Sacerdotes, com destaque para a Ordem Jesuíta (a Companhia de Jesus, fundada por Inácio de Loyola), reuniam índios em comunidades conhecidas como reduções ou missões e lá eles abandonavam seus antigos nomes, costumes e crenças e adotavam o catolicismo e o modo de vida europeu. Pela força ou pelo convencimento, muitos índios foram convertidos, o que ajudou a matar a cultura dos povos originários do Brasil. 

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

O que foi a Guerra Fria?

A Guerra Fria, nome que se à disputa entre Estados Unidos (EUA) e União Soviética (URSS) pelo domínio geopolítico global, durou basicamente de 1945 (ano do fim da Segunda Guerra Mundial) até 1991 (ano em que a URSS se desmembrou em 15 países diferentes, sendo o maior deles a Rússia).

O nome "Guerra Fria" é porque, apesar de os dois lados se considerarem inimigos ou rivais, eles nunca chegaram a entrar em guerra diretamente um contra o outro. Era uma "guerra" dissimulada, que abrangeu várias dimensões além da militar.



O início da Guerra Fria


Durante a Segunda Guerra Mundial, EUA e URSS faziam parte do mesmo bloco, o dos Aliados, que derrotou as forças do Eixo (o grupo formado por Alemanha, Japão e Itália).

Em 1945, quando a Alemanha foi derrotada, os territórios libertados na Europa foram colocados sob liderança das duas potências: a URSS passou a dominar os países da Europa Oriental: Alemanha Oriental (a Alemanha foi dividida em duas no final da guerra), Polônia, Hungria, Tchecoslováquia, Romênia, Bulgária, Albânia e Iugoslávia, que adotaram o modelo socialista de economia, que vigorava na URSS desde a consolidação da Revolução Russa. Enquanto isso, os EUA despontavam na liderança com influência sobre a Europa Ocidental, formada por diversas nações, com destaque para Reino Unido, França, Bélgica, Dinamarca, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega e Portugal (os primeiros membros da aliança militar formada em 1949).

Esses blocos, o socialista e o capitalista, mais tarde se agruparam em alianças militares formais: o Pacto de Varsóvia (formado pela URSS e seus países-satélite do Leste Europeu) e a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte, NATO na sigla em inglês), formada por EUA, Canadá e os países da Europa Ocidental citados acima, além da Alemanha Ocidental. Grécia, Turquia e Espanha, que entraram mais tarde.

Logo após o fim da guerra, já ficou claro que EUA e URSS iriam competir pelo domínio geopolítico do mundo. Já na partilha dos territórios conquistados na Alemanha, houve atrito entre as duas potências. Não só a Alemanha foi divida em duas: a própria capital do país, Berlim, foi rasgada em duas, ficando Berlim Ocidental sob domínio dos EUA, Reino Unido e França e Berlim Oriental controlada pelos soviéticos. Em 1961, foi construído o famoso Muro de Berlim dividindo as duas cidades. O Muro de Berlim tornou-se o símbolo da Guerra Fria e da divisão do mundo em dois blocos rivais. Só foi derrubado em 1989, no episódio que marcou a reunificação da Alemanha e o início do fim do bloco socialista.



Como os dois lados da Guerra Fria eram muito poderosos (principalmente a partir da década de 50, quando ambas as potências passaram a ter armas nucleares, havia o temor de que uma guerra direta entre eles aniquilasse toda a humanidade. Por isso, seus enfrentamentos eram sempre indiretos. Quando havia um conflito em alguma parte do mundo, geralmente EUA e URSS estavam envolvidos de algum modo, cada um apoiando um dos lados com dinheiro, armas e treinamento.

Uma das primeiras guerras desse tipo foi a célebre Guerra da Coreia, de 1953, quando a península coreana foi dividida em dois países: Coreia do Norte e Coreia do Sul, a primeira socialista sob influência da URSS e a segunda capitalista e protegida pelos EUA.

Outros confrontos seguiram essa linha, em especial a Guerra do Vietnã, em que o Vietnã do Norte era apoiado pela URSS e o Vietnã do Sul pelos EUA, os conflitos entre Israel e os países árabes e diversos confrontos e disputas por poder na África e nas Américas.

Até o Brasil foi palco dessa disputa: em 1964, o presidente João Goulart foi derrubado por um golpe militar apoiado pelos EUA, que temiam que as reformas propostas pelo governo aproximassem o país do socialismo e da União Soviética. Os golpistas implantaram uma ditadura que governou o país oficialmente até 1985.

A guerra de propaganda


A disputa por hegemonia entre EUA e URSS não era apenas no campo do apoio militar em conflitos regionais. As duas potências competiam também, e muito, em outras áreas, como a econômica, a esportiva e a científica.

Por muitos anos, as Olimpíadas eram palco de acirradas disputas entre os países socialistas e capitalistas. Para tentar demonstrar a força de seus regimes, os países socialistas investiam pesado em treinamento e preparação de atletas, e seus competidores ganhavam muitas e muitas medalhas nos mais variados esportes.

As nações também competiam na pesquisa científica, com destaque para a exploração do espaço. A corrida espacial era uma disputa de EUA e URSS pelo domínio dos céus. No começo, a URSS saiu em vantagem, lançando o primeiro satélite (o Sputnik, em 1957), o primeiro ser vivo no espaço (a cadela Laika, em 1957), o primeiro ser humano em órbita (Yuri Gagárin, em 1961). Contudo, os EUA deram um passo mais impactante, com a chegada do primeiro homem à Lua, em 1969 (considerada uma "vitória" sobre a URSS na corrida espacial, embora os soviéticos tenham sido pioneiros em muitas outras áreas, como em atividades extraveiculares e na criação de estações espaciais).

Outro ponto muito explorado na guerra de propaganda, principalmente pelos EUA, que tinham mais visibilidade, foi o cinema. Muitos e muitos filmes tinham a Guerra Fria como pano de fundo, mostrando os soviéticos como vilões (no caso dos filmes americanos) e os americanos e aliados da OTAN como mocinhos.

RESUMO:

> A Guerra Fria foi a disputa entre EUA (representando o capitalismo) e URSS (líder do socialismo) pelo domínio geopolítico mundial. Durou aproximadamente de 1945 a 1991.

> Por medo de um confronto nuclear que destruísse a humanidade, os dois países nunca se enfrentaram diretamente, mas davam apoio a nações em conflitos regionais.

> Um símbolo da época foi o Muro de Berlim, que dividia a capital da Alemanha em duas.

> Além do apoio militar regional, os dois países competiam na propaganda (em especial o cinema), nos esportes e na conquista do espaço.




quarta-feira, 13 de março de 2013

Como o Inglês Se Tornou a Língua Mundial

O idioma inglês, língua germânica ocidental que surgiu com os Anglo-Saxônicos por volta do século V, e que incorporou elementos da língua nórdica antiga dos Vikings após as invasões dos séculos VIII e XI, é considerada hoje uma língua universal, padrão para transações e intercâmbios entre governos e pessoas. Sua influência atual é enorme, mas nem sempre foi assim.

Durante muito tempo, o inglês esteve restrito apenas a Grã Bretanha, mas as Grandes Navegações permitiram que ele fosse levado a lugares distantes, tornando-se língua importante nas colônias inglesas. Longe de ser um país fundamental para a fase inicial das Grandes Navegações, a Inglaterra correu contra o tempo, enquanto Portugal e Espanha tomavam posse de muitas terras, e seus idiomas eram usados no comércio de portos por todo mundo.

Mas eis que foram criadas as 13 Colônias, a faixa leste quase inteira do que se tornaria os Estados Unidos da América. Eles se libertaram do poder inglês em 1783, tornando-se um país independente, e com grande ambições.

Através de compras de terreno e conflitos com os povos nativos, as 13 Colônias se expandiram muito, virando um gigante que levou o idioma inglês a um vasto território.


*****

Com a perda de muitas colônias nas Américas, a Inglaterra voltou seus olhos para outros mares, e assim, tornou-se um império gigantesco, dominando territórios na África do Sul, Índia, Austrália, e muitos outros lugares, o que levou o idioma anglo-saxão para mais terras do que qualquer um teria imaginado.

Após a Primeira e Segunda Guerras Mundiais, o poder europeu se enfraqueceu, e a influência americana que, após a Primeira Guerra, era só financeira, passou a ser cultural. O antagonismo entre capitalismo e socialismo, ou entre Estados Unidos e U.R.S.S., serviu para que ambos os países buscassem uma ampliação de sua influência em outras terras, uma tentativa de tornar seu poder e economia maior e mais forte em caso de uma possível guerra.

Por algum tempo, o russo pareceu levar vantagens, mas o enfraquecimento gradativo que culminou com a queda da U.R.S.S. em 1991 acabou com as chances disso acontecer, e assim, o inglês pode se espalhar completamente pelo globo.

Resumo

A enorme influência do inglês só foi possível por causa do enorme território americano, da quantidade de colônias inglesas e da capacidade que a Inglaterra teve de impor sua língua, tornando-a muito importante. Fatores socioeconômicos do pós guerra também foram importantes para que isso acontecesse, de forma que a ideologia e forma de vida americana se espalhasse por todo mundo.

sexta-feira, 8 de março de 2013

A Importância dos Grandes Rios No Desenvolvimento da Sociedade

Quase desde o início da Aventura Humana, quando as bases da Sociedade começaram a surgir, ocorrendo o abandono gradual do modo de vida nômade e o surgimento de uma forma de vida mais sedentária, houve uma tendência dos grupos de humanos de se fixarem próximos a rios.

Em geral, os estudiosos tendem a olhar o impacto dos rios de uma forma mais limitada, se fixando somente a uma civilização específica, mas venho através desse texto para analisar a questão de uma forma mais ampla e completa.

O Advento da Agricultura



Vindo de um longo período em que a coleta, a caça e as migrações para novos lugares eram a única forma de vida conhecida, alguns agrupamentos humanos começaram a se fixar em lugares específicos, e por motivos claros. A atividade agrária que estava começando a se desenvolver necessitava de um fator fundamental: água. 

Ao tentar cultivar as plantas (trigo, cevada, etc) e observar como e onde cresciam, os humanos perceberam que as áreas próximas aos rios eram extremamente férteis, em especial após as cheias sazonais. Os rios transbordavam com as chuvas e o degelo da neve das montanhas, o que gerava uma grande quantidade de sedimento que aumentava muito a área do leito do rio. Quando toda essa água ia embora, uma espessa camada de sedimentos cobria as terras ao redor do leito normal do rio, e essa terra era (e ainda é) excelente para a agricultura, um potente fertilizante natural que alimentou grandes civilizações por longos períodos.

O Advento da Criação de Animais


Igualmente importante para o desenvolvimento humano foi o início da domesticação de animais.

Por milhares de anos, a única forma de conseguir carne foi a caça. Enquanto eram nômades, os seres humanos tinham poucos recursos, e sua vida de caminhadas não permitia que eles tivessem rebanhos, já que animais não podem ser levados de um lado para outro o tempo todo, era necessário um lugar fixo para criá-los.

Dessa forma, quando os povos do Oriente Médio começaram a criar rebanhos, os animais de alguma forma os prenderam a um só lugar, já que não podiam viajar longas distâncias com eles, e a agricultura foi desenvolvida em conjunto com essa atividade, de forma que a vida sedentária foi finalmente possível.

Animais também precisam de água para sobreviver, assim, a permanência próximo aos rios também foi necessária.

Uma Nova Forma de Vida


Quando aprenderam a domar animais e a utilizar as cheias dos rios de forma mais eficiente, os povos desenvolveram técnicas de construção mais inteligentes, que permitiram que fossem construídos aquedutos e canais que levavam água para plantações um pouco mais distantes, e também para fornecer água para as residências.

Diferentemente do modo de vida nômade, quando a escassez de alimentos forçava os agrupamentos humanos a se mudar para um novo local, a agricultura e a criação de animais abriu um novo capítulo na história humana. Agora o excedente de alimentos podia ser estocado para tempos de fome e seca, e a criação de animais fornecia uma fonte importantíssima de carne, o que tornava difícil uma fome repentina que matasse a população.

Dessa forma, a população começou a crescer vertiginosamente, e logo as margens dos rios tornaram-se apinhadas de grandes cidades, onde um desenvolvimento profundo mudou definitivamente os rumos da vida humana.

Grandes Rios, Grandes Civilizações

Mapa que mostra os principais rios e a área inicial das grandes civilizações. Clique na imagem para ampliá-la.
Quase que simultaneamente, diversas civilizações distintas se desenvolveram ao longo de vários rios, eis os principais (me absterei de maiores detalhes sobre as sociedades, eles serão dados em outros posts):


Tigre / Eufrates


Os dois rios gêmeos formavam (junto com o rio Nilo) o chamado Crescente Fértil, uma região de grande abundância e terras férteis, onde as civilizações se desenvolveram inicialmente. Entre os dois rios, e em ambas as margens, um solo extremamente rico favoreceu o início da agricultura e da criação de animais.

Das civilizações que apareceram ali, merecem destaque a da Mesopotâmia, Babilônia, e mais tardiamente a dos Assírios e Caldeus.

Nilo


Possivelmente o mais famoso e conhecido dos rios da antiguidade, o rio Nilo foi onde se desenvolveu a civilização dos Egípcios, um dos povos mais avançados da antiguidade, que souberam usar muito bem o poder devastador das enchentes sazonais em proveito da agricultura.


Rio Indo



O rio sagrado que daria origem a um povo de suma importância para o desenvolvimento da Índia, os Hindus. As suas enchentes eram maiores que a do Nilo, então a civilização que ali floresceu era muito grata pelas cheias, que  ajudaram a gerar (acreditam os pesquisadores) pela primeira vez a cana-de-açúcar e o algodão, que mais tarde seriam de suma importância para a história humana.



Rio Amarelo



O poderoso rio da China, que daria sustento a civilização chinesa. Foi em suas margens que boa parte dos inventos memoráveis dos chineses tomariam forma, e foi graças a suas poderosas enchentes ricas em sedimentos (muito superiores a de qualquer outro rio em qualquer lugar do mundo) que o povo chinês teve chances de crescer tanto.

RESUMO

Os grandes rios ajudaram muito na história humana. Foi nas suas margens que a agricultura foi praticada com sucesso pela primeira vez, assim como a criação de animais. Foi ali que técnicas de navegação começaram a ser inventadas e empregadas, técnicas essas, que depois de evoluírem  permitiriam que o povo europeu dominasse o mundo.

Suas águas forneceram por muitas gerações vida e morte, prosperidade e pobreza, e sua importância não pode ser expressa de forma coerente, tamanho os avanços que foram conseguidos graças a sua influência.

Belo desenho, que dá uma ideia de como era a organização da civilização Egípcia em relação às cheias do Nilo, e (pode-se supor) nas margens dos outros grandes rios.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Ocupação Inicial do Brasil


Muito já se falou sobre a história do Brasil Colônia, embora muito do período inicial da ocupação portuguesa permaneça oculto em documentos de difícil acesso, e a suposições de pesquisadores.

O que se sabe de concreto é que, após a tomada de posse realizada por Pedro Álvares Cabral em abril de 1500 (eu digo tomada de posse porque isso foi de fato o que aconteceu: as terras brasileiras (ou pelo menos a ideia de grandes extensões de terras nessa região do Atlântico) já eram conhecidas há bastante tempo, e há indícios de que europeus já haviam pisado em terras brasileiras antes de Cabral), o Brasil ficou praticamente esquecido por Portugal. Américo Vespúcio, Fernando de Noronha e outros pioneiros vieram aqui para explorar a nova "terra prometida", mas pouco fizeram para de fato colonizar o novo continente.


Por quase 30 anos, poucas expedições atracaram na costa brasileira, pois agora que o caminho para a Índia havia finalmente sido descoberto após tantos anos de suposições e martírios marítimos, era muito mais rentável para Portugal enviar expedições naquela direção, para buscar as especiarias tão desejadas no Velho Continente Europeu.

Mas foi então que os portugueses viram rivais franceses fazendo expedições clandestinas para a costa brasileira, contrabandeando seu precioso Pau Brasil e fazendo alianças com indígenas. Era preciso tomar medidas urgentes para evitar que seu precioso território fosse ocupado, e assim, o rei português dom Manuel começa a enviar expedições colonizadoras, e em 1534 instaura as Capitanias Hereditárias, divisão territorial que atribuiu a nobres e fidalgos largas faixas de terra do Brasil (14 capitanias foram distribuídas ao todo) para serem colonizadas.


Os donatários tinham quase total liberdade na exploração das riquezas (desde que a devida parte da Coroa portuguesa fosse reservada, é claro) e conversão dos índios ao cristianismo (rélis desculpa para a escravização de dezenas de povos e etnias indígenas).

O primeiro Governo Geral da colônia só foi instaurado em 1548, sendo assumido por Tomé de Sousa. Essa "novidade" não agradou os donatários, e vários conflitos aconteceram sobre a forma de escravização, cobrança de impostos e ações militares.

O Governo Geral era o representante do poder real português, e só seria dissolvido 260 anos depois, com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, em 1808.

RESUMO

Apesar das enormes possibilidades do território brasileiro, Portugal não se importou muito com ele no início, preferindo as riquezas das especiarias da Índia. Somente quando conquistadores de outras povos se interessaram em roubar os recursos minerais daquele enorme território intocado e desprotegido que o rei Portugal ficou com medo de perdê-lo, e tratou de cuidar para que aquela terra de tantas possibilidades e riquezas fosse colonizada.

Se ele não tivesse tomado essas medidas, talvez a história do Brasil fosse outra...

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Por que Portugal foi pioneiro das Grandes Navegações


Portugal foi o primeiro país a empreender as Grandes Navegações. Com isso, os portugueses saíram na frente na corrida por colônias, metais preciosos, especiarias e escravos.

Claro que a História não segue uma relação rígida de causa e efeito, mas há alguns fatores que contribuíram para o pioneirismo de Portugal nas Grandes Navegações:

1) Portugal foi o primeiro Estado moderno da Europa. 


Na época do Feudalismo, não havia países como os de hoje. A Europa inteira estava dividida em milhares de pequenas comunidades praticamente autônomas, chamadas feudos, que eram chefiadas por senhores feudais. Com milhares de senhores feudais, o poder político era fragmentado. Portugal, depois de expulsar os mouros no final do século 11, tornou-se o primeiro Estado moderno da Europa, o primeiro reino com fronteiras bem definidas, um único rei no comando, um exército unificado. Com um único soberano mandando em um grande território, era muito mais fácil tomar decisões e concentrar esforços em empreitadas como as Grandes Navegações.

2) Portugal é um país "de frente para o mar"


O fator geográfico foi fundamental para fazer de Portugal o pioneiro das Grandes Navegações. Portugal é o país europeu mais projetado no rumo do Oceano Atlântico, e isso facilitava que os navegadores desse país desbravassem esse mar e se aventurassem em viagens cada vez mais longas ao norte da África e noroeste.

3) Portugal tinha navegadores experientes

Os pescadores portugueses estavam entre os maiores conhecedores do Oceano Atlântico. Até o século 15, os navegadores de praticamente toda a Europa só praticavam a navegação costeira e só conheciam "mares interiores" como o Mediterrâneo e o Báltico. Mas os navegadores portugueses estavam acostumados a penetrar profundamente no Atlântico em busca dos cardumes de bacalhau, se distanciando da costa e voltando em segurança. Quando a Coroa precisou de marujos experientes para as expedições das Grandes Navegações, Portugal já tinha considerável mão de obra para a tarefa.

RESUMO

 Alguns fatores ajudaram Portugal a ser o primeiro país a empreender as Grandes Navegações:

> Portugal foi o primeiro estado nacional europeu, com o governo centralizado
> Portugal é um país projetado em direção ao Oceano Atlântico e ao norte da África
> Os pescadores portugueses tinham experiência em navegação oceânica

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

As armas da Primeira Guerra Mundial

Um dos fatores que fizeram da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) uma guerra tão terrível na comparação com os conflitos anteriores foi o uso de novas armas.

As chamadas "armas da Primeira Guerra Mundial" não foram necessariamente inventadas durante essa guerra, mas foi aí que passaram a ser usadas em larga escala e mostraram todo o seu poder de destruição.

As principais inovações em termos de armamento introduzidas na Primeira Guerra Mundial foram:


> Submarinos - Usados por ambos os lados em confronto, os barcos submergíveis se tornaram importantes armas na luta pelo domínio dos mares. Navegando por baixo d'água e armados com torpedos, os submarinos podiam se aproximar de navios de guerra e de carga sem serem percebidos e afundá-los com torpedos.



> Metralhadoras - Muito mais mortíferas que os rifles e fuzis, as metralhadoras, armas capazes de disparar centenas de projéteis em sequência, foram difundidas pelos exércitos da Primeira Guerra Mundial e aumentaram consideravelmente o número de mortes nos campos de batalha.


> Aviões - Inventado em 1903 pelos irmãos Wright (ou em 1906 por Santos Dumont, dependendo da versão), o avião passou a ter uso militar poucos anos depois. Os primeiros aviões da Primeira Guerra Mundial eram de madeira com asas de pano, e aos poucos foram sendo aprimorados. Do alto, os aviadores podiam sobrevoar os campos de batalha em missões de reconhecimento, e também jogar bombas sobre as tropas inimigas. Metralhadoras passaram a ser acopladas aos aviões para ataques ao solo ou para uso em combates aéreos.


> Armas químicas - Um dos episódios mais terríveis da Primeira Guerra Mundial foi o uso de armas químicas nos campos de batalha, tática empregada por ambos os lados. O gás mostarda foi uma das substâncias mais utilizadas. Também houve emprego de gás lacrimogênio, cloro e outros produtos químicos, que visavam a matar ou incapacitar os inimigos para o combate. Os gases tóxicos usados no campo de batalha são considerados armas de destruição em massa.


> Tanque de guerra -  Quando a Primeira Guerra Mundial se tornou uma guerra de trincheiras, ou seja, um confronto em que ambos os lados ficam escondidos em trincheiras e ninguém consegue avançar sem ser metralhado, parecia que não haveria maneira segura de conquistar os territórios do inimigo. Até que foi inventado o tanque. Tanques de guerra, veículos blindados dotados de esteiras e capazes de passar por cima de trincheiras inimigas, tornaram-se equipamentos fundamentais da guerra moderna.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Estado, burgueses e Igreja: os 3 "sócios" das Grandes Navegações


Para dar conta de um projeto tão grande quanto as Grandes Navegações, era preciso muita estrutura e muito dinheiro. Imagine construir grandes navios, recrutar centenas de marinheiros, treiná-los, colocar os navios no mar e chegar a lugares no outro lado do mundo para tentar fazer comércio com povos desconhecidos -  e tudo isso nos séculos 15 e 16!

O sucesso de um projeto tão grandioso só era possível com a soma de esforços de instituições poderosas. Para isso, três "sócios" juntaram forças e bancaram a aventura. Esses sócios eram a Igreja, o Estado e a burguesia.

A Igreja Católica patrocinou as grandes navegações para expandir o seu domínio pelo mundo. Não é à toa que as velas dos navios tinham cruzes estampadas.

A principal intenção da Igreja nas Grandes Navegações era converter novos fiéis em toda parte, tornar cristãos todos os povos de todas as regiões do mundo. Evidentemente, além de fiéis, a Igreja também ganhou muito dinheiro e muitas terras.

O Estado, na forma de reinos unificados (os primeiros foram Portugal e Espanha), patrocinou as grandes navegações para tentar obter mais territórios e mais riquezas, principalmente metais preciosos como ouro e prata. Como as armas dos europeus eram muito superiores às armas dos povos das regiões conquistadas (principalmente África e Américas), os conquistadores portugueses e espanhóis (mais tarde, também franceses, ingleses e holandeses) e simplesmente se apossavam das terras que encontravam, se preciso matando grandes parcelas das populações nativas.

Já a burguesia (a classe dos comerciantes) queria entrar nas Grandes Navegações em busca de riquezas mesmo. Seu objetivo era abrir novas rotas comerciais e lucrar com a venda de produtos. Tanto ouro e prata quanto especiarias (temperos e produtos culinários de grande aceitação na Europa), tecidos finos como a seda e matérias-primas para tinturas e corantes.


RESUMO:
> As Grandes Navegações foram uma empreitada conjunta de três sócios: Igreja, Estado e burguesia (comerciantes).
> A Igreja queria converter mais fiéis, o Estado queria conquistar novos territórios e obter riquezas e a burguesia queria abrir novas rotas de comércio e obter riquezas.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Espaço & Poder

"Espaço é poder", disse uma vez o geógrafo alemão Friederich Ratzel.

Tendo em vista essa afirmação, é possível realizar uma radiografia da sociedade do Século XX e da atual, analisando fatos do passado.

Desde o final da Idade Média, por volta dos séculos XV e XVI, começou a ser moldado o Estado Moderno. Para que isso ocorresse, o processo de delineamento territorial iniciado por alguns Senhores Feudais na Idade Média foi decisivo, pois firmou a idéia de que os indivíduos desse território devessem ser controlados pelo Senhor Feudal, obedecendo e aceitando seu poder e soberania.

Esse processo criou a base da Sociedade moderna, onde nós, os indivíduos, devemos obedecer o poder superior, representado pelo Estado.

Prerrogativa de Poder

Esse é um dos conceitos que garante o poder do Estado. Para que um território onde vivem  muitas pessoas diferentes não caia no caos é necessário um poder central que puna atos de agressão e que una pessoas diferentes a um mesmo lugar, tornando-os iguais.

Por isso foi dado ao Estado exclusividade do uso da força, mantendo assim a ordem e sobrevivência interna do território. Essa visão existe desde a Idade Média, sendo que o uso da força era do Estado, enquanto a Igreja podia utilizar todos os meios psicológicos para ensinar os ritos religiosos e a moral aos cidadãos.

Poder & Imperialismo


Durante as Grandes Navegações que se iniciaram no Século XV, ficou claro para todos que uma Era de Poder e prosperidade vinha surgindo.

O grande aumento de territórios de países como a Inglaterra, Portugal e Espanha (e os inevitáveis conflitos com os nativos pelo domínio dos territórios) criou a ideia de que o Estado deveria ser forte para manter em segurança a Nação e explorar novos territórios para aumentar seu Poder.

Isso causou o enorme crescimento e desenvolvimento da indústria bélica, aliado à novas descobertas científicas que aumentaram muito o poder de destruição das armas.

O Estado, para dominar novos territórios e aumentar seu Poder, iniciou conflitos cada vez maiores com outras Nações, o que foi fator determinante para que ocorressem a Primeira (1914-1918) e a Segunda (1939-1945) Guerras Mundiais.

O Poder Hoje
A devastação causada pelas bombas atômicas no final da Segunda Guerra Mundial abriu espaço para uma nova Era de tecnologia e progresso.


O medo da destruição mundial por uma guerra nuclear entre EUA e URSS, que ficou conhecida como Guerra Fria, serviu como poderoso dispositivo de controle mundial, e fez com  que o progresso tecnológico se torna-se mais importante que disputas territoriais (isso na teoria, é claro).


Embora guerras e conflitos territoriais, como a Guerra do Vietnã (1959-1970) e a Guerra da Coréia (1950-1953), sua intensidade era relativamente menor, o que resultou em um estado social mais agradável do que foi até 1945, quando os desejos expansionistas de um louco felizmente foram detidos...