O descobrimento do Oceano Pacífico

É considerado um dos mais antigos, o mais profundo, e o mais extenso oceano da Terra, possuindo 68.634.000 milhas quadradas de extensão, quase o dobro do Atlântico.

Começou a ser explorado por volta do ano 6000 a. C. (!) pelos polinésios, que fizeram uma longa exploração pelas suas ilhas, encerrando seu ciclo de navegações por volta do século XIV de nossa era. Como os polinésios conseguiram vencer as águas do oceano com suas fracas canoas para chegar a novas ilhas continua até hoje como um mistério. Quando a população de uma ilha chegava até o máximo de sua capacidade, uma série de barcos saía em busca de novas terras habitáveis, o que fez com que os polinésios explorassem todas as águas do Pacífico antes da Europa sair da Idade Média.

Figuras de pedra feitas pelos polinésios na Ilha da Páscoa

Seu sistema de navegação era de dar inveja aos grandes navegadores do século XV, pois suas canoas eram desprovidas de qualquer tecnologia, e, mesmo assim, os habitantes das ilhas do pacífico pareciam manter contato permanente. Mesmo assim, não há indícios de que os polinésios utilizassem instrumentos de navegação, se baseando pelos movimentos dos astros celestes e utilizando mapas de palha para marcar seu caminho.

O Pacífico só foi “descoberto” pelo homem branco em 1513, quando o navegador espanhol Vasco Núñes de Balboa cruzou o istmo do Panamá, e viu pela primeira vez o que ele chamou de “mares do sul”. Anos mais tarde, ao passar com sua frota pelas águas do oceano, Fernão de Magalhães de a ele o nome de Pacífico, pois essa foi sua impressão inicial sobre aquelas águas.

Pelas décadas seguintes, alguns navegadores tentaram explorar o Pacífico, mas ele permaneceu praticamente esquecido até o ano de 1768, quando se iniciou o seu conhecimento sistemático. Foi nessa época que os navegadores europeus tiveram primeiro contato com os povos da Oceania, conjunto de ilhas que são divididas em: Melanésia, Micronésia e Polinésia.

O contato dos polinésios com o homem branco destruiu sua tradição em menos de uma geração, o que deteriorou consideravelmente as memórias da época em que eles atravessaram o Pacífico em seus rústicos barcos, e reduziu à zero às chances de sabermos como os polinésios fizeram suas navegações.

Um livro que eu recomendo para quem deseja conhecer mais sobre o Oceano Pacífico é A História Do Oceano Pacífico, de H. Van Loon (Globo, 1941, 320 Páginas). Talvez seja um pouco difícil de ser encontrado, mas com certeza vale à pena.

O autor desenvolve, iniciando com a história primitiva da polinésia, um relato histórico de grande valor, que explica cada passo do descobrimento das ilhas pelo homem branco, adicionando detalhes de suas experiências pessoais com o oceano.